Pesquisar este blog

domingo, 23 de setembro de 2012

O Tratamento de Deus II


As vezes, as provações são mal compreendidas no meio eclesiástico. Alguém disse que o Senhor nos prova para saber quem somos, mas esta não é a verdade, pois Ele é onisciente, sabe todas as coisas mesmo antes que aconteçam. Então, por que Ele nos prova? Ele o faz para que nós saibamos quem realmente somos. Pedro foi provado para que soubesse que não era tudo o que pensava ser; Deus sabia que ele não era. E nós também seremos provados neste sentido. Vemos claramente que depois do canto do galo um novo Pedro surgiu com o fim da noite escura. O evangelho de João nos mostra isto numa das últimas conversas que Cristo teve com ele. As palavras de Jesus sugerem muita coisa que, numa leitura rápida, acabam passando desapercebidas aos nossos olhos. Em João 21:15-19 diz assim:

“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros.
Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão,filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as cousas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres.
Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro haveria de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me.”
Jesus não perguntou 3 vezes por necessidade de resposta, porque Ele é Onisciente, perguntou para conduzir ao apostolo a uma sincera auto-avaliação. Penso que o que realmente o Senhor queria era justamente isto; levar Pedro a olhar dentro de si mesmo e reconhecer onde ele estava em relação ao seu amor a Cristo. Lembre-se que antes Simão Pedro achava que amava ao Senhor Jesus à ponto de dar sua própria vida por Ele, e de repente veio a descobrir que não era tudo o que pensava ser e nem tampouco amava tanto quanto achava. E depois de sua decepção, Pedro passa a achar que não amava tanto o Senhor; é dentro deste dilema vivido pelo apóstolo, que Cristo o leva a examinar-se a si mesmo e localizar-se espiritualmente onde ele verdadeiramente estava quanto ao seu amor. 

Jesus termina dizendo que ele viria a glorificar a Deus através de sua morte; ou seja, que chegaria o dia em que ele amaria tanto ao Senhor como achou que amava no começo. E nesta promessa de que Pedro daria sua vida por Ele, Jesus declarou até mesmo que tipo de morte seria; o apóstolo estenderia suas mãos, um tipo de morte comum nos dias do Império romano: a crucificação!

Somente quando descobrimos que não somos tudo quanto pensamos e enxergamos nossas fraquezas e vulnerabilidades (na maioria das vezes em meio às crises) é que Deus vai trabalhar profundamente em nós. Este é um tipo de ação de Deus que não vemos com os nossos olhos. Quando estamos no meio destas crises, normalmente não entendemos o que está acontecendo e nem tampouco achamos que Deus possa estar agindo, mas Ele sempre estará operando em nós, mesmo quando não vemos! Não restrinja o agir de Deus só ao que você vê e compreende, mas permita-lhe ser Senhor em sua vida. Confie n’Ele em toda e qualquer circunstância, e saiba que a seu tempo tudo será esclarecido. E você terá sido aperfeiçoado e conduzido a um nível de maior maturidade!

Um comentário:

  1. Linda palavra! Um autor certa vez disse "Quando somos fracos, Ele derrama Sua força em nós, o que dá uma perspectiva inteiramente nova sobre a dor e o sofrimento, as dificuldades e a pressão." É lindo quando entendemos as provações como tratamento de Deus, mas que isso, é maravilhoso quando vivemos a brasa do sofrimento no corpo, e sabemos que não é nada comparado ao oceano que é a presença de Deus! Como vc disse, não se trata de Deus querer nos conhecer, e sim de nos conhecermos. E no fim não se trata de quem somos, e sim de quem somos em Deus.

    ResponderExcluir